quarta-feira, 1 de abril de 2009

O Vácuo Quântico

Simulação de Emaranhamento Quântico

Seguimos agora à última e conclusiva postagem acerca de minhas divagações quântico-filosóficas, o que dará fechamento a essa seqüência de textos e uma conclusão momentânea aos meus pensamentos. Digo momentânea, pois a qualquer hora posso abrir uma nova discussão acerca do assunto, seja através das artes, da música, da fotografia.

Mais vastos que o Universo são os pensamentos dos homens, e por isso nunca podemos deixar determinados assuntos morrerem, apenas descansarem para em seguida despertarem sob novas ótica e perspectiva.

Existe na física um conceito novo, que provou sua riqueza operatória: o do vácuo quântico. O vácuo absoluto, caracterizado por uma ausência total de matéria e de energia, não existe. Mesmo o vácuo que separa as galáxias não é totalmente vazio, contém alguns átomos isolados e diversos tipos de radiação Seja criado de forma natural ou artificial, o vácuo no estado puro não passa de uma abstração. Realmente, não se conseguirá eliminar um campo eletromagnético residual, que constitui o “fundo” do vácuo.



Raios Gama

O vácuo quântico é, assim, o teatro de um incessante balé de partículas que aparecem e desaparecem num tempo extremamente breve, inconcebível na escala humana.


À Esquerda: simulação da formação de estrelas caso a matéria escura fosse quente, com muitos astros sendo criados ao mesmo tempo. À direita, simulação com matéria fria: Poucas estrelas com muito espaço.


Tomemos um espaço vazio. A teoria quântica demonstra que se transferirmos para ele uma quantidade suficiente de energia, pode emergir matéria desse vazio. Por extensão, pode-se supor que na origem, imediatamente antes do big-bang, um fluxo de energia incomensurável foi transferida para o vácuo inicial, acarretando uma flutuação quântica primordial, de onde nasceria o nosso Universo.

Mas de onde vem essa colossal quantidade de energia? Por intuição, aquilo que se esconde por trás do “limite de Planck” é bem uma forma de energia primordial, de uma potência ilimitada. Antes da Criação reina uma duração infinita. Um Tempo Total, inesgotável, que ainda não foi aberto, dividido em passado, presente e futuro.

O oceano de energia inesgotável é o Criador. Se não podemos compreender o que se encontra atrás do limite, é porque todas as leis da física perdem o pé diante do mistério absoluto de Deus e da Criação.

Por que o Universo foi criado? O que levou o Criador a engendrar o Universo tal como o conhecemos? Antes do “tempo de Planck” alguma coisa aconteceu. O quê?! Não sei. Um suspiro de Nada. Talvez uma espécie de acidente do nada, uma flutuação do vácuo. Em um instante fantástico, o Criador, consciente de ser aquele que É na totalidade do nada, decide criar um espelho para sua própria existência. A Matéria, o Universo, a Vida, a Inteligência, as Emoções e Sentimentos... reflexos de sua consciência, ruptura definitiva com a bela harmonia do nada original. Deus, de certo modo, acaba de criar uma imagem e, mais que isso, uma expressão de si mesmo.

Foi assim que tudo começou? Talvez a ciência nunca vá dizê-lo diretamente. Mas, em seu silêncio, ela pode e deve servir de guia para as nossas intuições.


Felipe de Moraes
Concluído em 26 de março de 2009
Baseado nos pensamentos do livro
Deus e a Ciência,
Jean Guitton, Irmãos Bogdanov;
Editora Nova Fronteira

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